Galo Nosso de Cada Dia #01 - 1000 - O número que não quer calar

 O nome da minha coluna é “Galo Nosso de Cada Dia” e me parece meio estranho iniciar meus trabalhos no blog com um texto off topic mas desde ontem eu não consigo tirar o número 1000 da minha cabeça. É, portanto, impossível falar de outra coisa hoje.

São R$1000,00 pra ir ver o Galo. R$1000,00. Já absorveu? Beleza, então vem comigo fazer as contas. Desses R$1000,00:

 - Pode colocar R$500,00 na conta do torcedor babaca que nutre um ódio cego e absurdo pelo rival. Na conta do torcedor que não consegue viver em sociedade. Na conta do torcedor que quebra estádio, ônibus e que até mata. Na conta do marginal de se esconde atrás de uma camisa de futebol.

- Agora coloque mais R$200,00 na conta do Sr. Gilvan, presidente do Pirangi, e mais R$200,00 na conta do Sr. Alexandre Kalil, presidente do Galo. Na conta desses dois homens incapazes de sentar numa mesa e aproveitar um momento brilhante do futebol mineiro e fazer história. Fazer dois clássicos belíssimos, que fizessem o resto do país admitir que sim, o eixo é aqui.

- Coloque mais R$350 na conta da Polícia Militar. Eu respeito muito essa instituição e admiro os homens e mulheres que trabalham nela honestamente. Mas a Polícia Militar assina seu atestado de absoluta incompetência quando alega que não consegue garantir a segurança do cidadão  de bem que clama pela volta do espetáculo no estádio. Eu disse “alega”, e deveria ter usado aspas ali também, porque se um trabalho responsável de inteligência e planejamento fosse concebido eu tenho a impressão de que seria possível ver um estádio dividido novamente.

- Vamos colocar mais uns R$1313,00 na conta do Governo do Estado de Minas Gerais que permite essa putaria toda acontecer enquanto mantém a Mina$ Arena extremamente feliz.

Deu mais de R$1000,00 na conta, né? É que pra tanta incompetência e descaso eu acabei achando R$1000,00 barato.

Fernanda Soares - @fersoares