sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Olhar espiritualizado


Agora que o título foi definido e não ficou em Lourdes, decidi escrever sobre a campanha do Atlético no Brasileirão 2015. Mas ao começar questionei-me: qual o Atleticano Paulo Azulay que vai escrever? O que olha o Galo com o coração (emocional) ou o que olha com a razão (racional)? Então vivi o seguinte “diálogo” entre os dois:
- Cara, Levir tem que sumir do Galo. Ele é teimoso, burro com sorte e acabou com o Atlético – Disse o Emocional.
- Velho, calma. Levir ajudou ao Nepomuceno a equacionar a folha salarial e, por isso, pagamos em dia salários, direitos de imagens e premiações que vinham atrasadas desde a era do turco – Ponderou o Racional.
- Ah, então agora o que vale é salário em dia e nada de título? Porque mineiro não é título. Nosso preparo físico é ridículo. Eu odeio esse Levir!!!
- Não, sô. Precisamos ter paciência. O nosso amado Galo vem de quatro boas temporadas. Ganhamos Libertadores, Copa do Brasil, Recopa, Estaduais e estamos indo para a quarta Libertadores seguida, sendo em dois vices do Brasileirão. Uma hora esse tal de Brasileirão vem, inclusive.
- Rapaz, deixa eu te falar uma coisa. Sou do tempo que o Galo não aceitava este tipo de técnico e este tipo de jogadores como os que aí estão. O Galo é raça. Sempre foi para cima dos adversários e a massa empurrando. Esses caras tão de sacanagem. Nós temos uma das piores defesas do campeonato. Me ajuda aí ...
- Bicho, eu te entendo. Mas nessa época que você citou aí, a gente passava maus bocados com elencos pífios e poucas taças. Hoje lutamos em igualdade com o eixo. No entanto, é preciso reconhecer também a superioridade do adversário. Foram melhores do que nós e mereceram o título.
Então, eis que surge um terceiro Paulo Azulay que, inspirado por Clarice Lispector, diz:
- “Eu escrevo sem esperança de que o que escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou do outro.” Sou uma mistura de vocês dois. Sou o olhar emocional e o olhar racional e sugiro que nós três possamos ter um olhar espiritualizado para o Atlético. Olhemos nosso time criticamente. Precisamos sempre cobrar de Presidente, Diretoria, Comissão Técnica e Jogadores. É salutar tal cobrança, mas não deixemos de lado a compreensão, reconhecimento e, sobretudo, o amor pelo clube.
Dito isto, encerro. Qual o Levir que fica? O Levir que chegou a ser pedido na seleção? O motivado, o de grupo, o paizão, o que sabe posicionar time, o que fez o atlético ter toque de bola ou este que, numa última imagem, sugere desânimo e apatia? Quais jogadores teremos? Os comprometidos como os dos últimos quatro anos ou os que aparentam desmotivação neste final de 2015? Ciclos estão se encerrando? Leonardo Silva poderá ser nosso zagueiro e capitão ano que vem? Rocha voltará a jogar bola? Quem será o camisa dez? Quem chegará para assumir o protagonismo como fez o Bruxo?
Meu coração espiritualizado torce para que os caminhos do Galo em 2016 possam ser de glórias e títulos.

Por @pauloazulaybh


4 comentários:

  1. - Paulo, boas colocações. O Galo de "antigamente" não cantava tao alto. De quatro anos pra cá a coisa mudou.
    - Eu renovaria com Levir, desde que ele fosse fazer uma reciclagem de uns quinze dias na europa. Muito simples.
    - Treinam e treinam, dia após dia, mas não havia ninguém marcando o Kardec. Um técnico com pulmões fortes à beira do campo não teria deixado acontecer. Patric era o lateral? Excessiva troca de passes, temos técnico?
    - Quando joga em casa, sob o chicote da torcida, eu aposto no Galo. Fora é sofrimento e amargura.
    - Em chutes de longa distância, o cidadão honorário não enxerga a bola. Falhou feio e derrubou o time.
    - Os reservas não valem nada, não tem um que preste. Acorda Nepomuceno!

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  2. tô nesse impasse tb... manda embora ou pensa no que foi feito ate aki? manda embora ou deixa ele amadurecer no galo? sei lá seja o que deus quiser e deixo nas mãos de quem entende

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  3. Que fique claro uma coisa: no Brasil não há nenhum técnico hoje que possa substituir o Levir Culpi à altura. Ele conhece o Galo e a torcida profundamente. É um profissional exemplar, bom caráter e inteligente, sempre montou times competitivos, mesmo quando o material humano era limitado. A história de que ele não quis reforços é ingênua. É óbvio que ele disse aquilo para não perder a confiança do elenco, pois sabia que a grana pra contratar não existia. Ele nunca iludiu a torcida, como muitos fazem. Espero que o argentino Alejandro Sabella esteja a caminho, pois ele é o único que pode acrescentar algo ao trabalho atual. Caso contrário, a decisão do presidente terá sido um enorme tiro no pé. A massa sempre soube reconhecer os ídolos e bons profissionais. Levir ficará na história, não só do Clube, mas de todos nós, pois é um cara muito legal, de verdade.

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  4. Não vamos julgar aqui o caráter, personalidade, companheirismo, e outras qualidades mais do Levir. Futebol em pauta. O Galo passou a jogar mal e ele como técnico deveria ter equacionado a situação. Foram goleadas acachapantes e humilhantes sofridas pelo ex-campeão da Libertadores, além de passar a não ganhar do arquirrival. Time sem jogadas ofensivas agudas porque não tem velocidade, dado o esquema tático o prato ficou vazio, defesa avançada só tomando gols com Victor em péssima fase. É fato que com o Clube aderindo ao Profut, de onde sairia dinheiro para reforços? Outra coisa realmente certa, não temos substituto à altura no Brasil. Fracassado na China, Cuca será retrocesso. Técnico com ganhos na faixa de 300 mil mensais, é o que o Galo pode pagar. Sem grana, Nepomuceno não entra em leilão. Que o interino ganhe essas duas partidas finais e seja efetivado.

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