quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O Ascender da Paixão

Uma vez até morrer #2 - O Ascender da Paixão


  
Para quem acha que o nome de minha coluna, “Uma Vez até Morrer” é parte do hino do Galo, engana-se, é parte de minha vida!

Nasci a tempo de ver Reinaldo jogar, mas o motivo de minha paixão pelo Galo, não foi este...

Estava eu, próximo de meus 10 anos de idade, voltando da casa de minha avó, que mora em Nova Lima, em um domingo, dia de jogo João x Maria, quando do nada, dentro do ônibus, fui interpelado por um moço, que me fez a seguinte pergunta: “Garoto, você torce para que time?”. Sem medo de errar, enchi o peito com orgulho e respondi: “Lógico que é Galo!!”. Daí, este moço me disse o seguinte: “Então você não é torcedor...” Eu, naquela época, com minha cabeça de criança já imaginava o desfecho... certamente era um cruzeirense e iria dizer que eu era um doente, porque o torcedor do Galo assim era conhecido, e claro, eu já estava com a resposta pronta, do tipo: “Sou mesmo! E você que veste de azulzinho e fica falando que é a cor do céu, que tem estrelinhas e joga pó de arroz quando seu time entra em campo?”. Sim meus amigos, naquela época o time adversário ficava cheio de vaidade por estas razões.

Eu, naqueles segundos que antecedia a réplica de meu intercessor, estava de cara torcida, mas eis que ele me responde: “Então, você não é torcedor! Você é Atleticano, você nasceu Atleticano! É mais que torcer! É uma paixão por toda a vida! E você, me fará uma promessa aqui se seu coração realmente for alvinegro: Atleticano é atleticano até a morte! Certo?”

Sem a dúvida pairar sobre minha cabeça, respondi com a tranquilidade de uma criança que sabia o que estava fazendo: “Claro! Sou Galo até morrer!”.

Esta é uma passagem de minha vida que lembrarei para sempre! Pois, nem nos piores momentos do Galo em sua caminhada, eu desisti. Enquanto isso durante minha vida, vi muitos cruzeirenses virarem Atleticanos, mas vi alguns falsos atleticanos virarem cruzeirenses, comprados por ingressos no Mineirão e lanche depois da partida, patrocinados por um fundador de uma torcida adversária, que morava a alguns metros de minha casa. Assim foi formada a torcida azul modinha! Se não tiver sanduiche no final do jogo, a torcida não vai! Óbvio que recebi convites para entrar na tal organizada, mas o meu coração é alvinegro, coisa que não se muda! Não entendia a lógica da conversão de meus vizinhos.

Eis que o Galo, logo depois disso, montou um time campeão, um time como poucos em que figuraram no Brasil, com o elenco de craques, entre eles o nosso Rei, Reinaldo, Luizinho, João Leite, Éder Aleixo, Toninho Cerezo e Paulo Isidoro... são os que lembro daquela época, na qual vi ser vice brasileiro em 1980, após Reinaldo ser caçado em campo, fazer 2 gols contundido e ao final, o árbitro José de Assis Aragão expulsar ele e mais 2 jogadores do time do Galo, entregando de bandeja o título ao rubro-negro, segundo melhor time da época, e que ainda assim, precisou de ajuda da arbitragem para ganhar um jogo... fato que se repetiu por muitas vezes ao longo dos anos.


Vi o Galo hexa campeão mineiro, com vitórias e vitórias em cima de nosso rival vaidoso, algumas de goleadas, o que consolidou ainda mais minha paixão por esta instituição, e que fez alguns amigos meus cruzeirenses abandonar a tal organizada e torcer do lado alvinegro da força, nas arquibancadas ou na rua mesmo, pelo então glorioso Clube Atlético Mineiro.


Anos se passaram, e agora, vivemos outra época histórica do time, onde vibrei e gritei muito com os três últimos títulos: Libertadores, Recopa e Copa do Brasil! E assim, como conto esta história de minha vida hoje, existem vários garotos por aí consolidando sua paixão pelo alvinegro, certamente impulsionado por esta louca paixão que só nós Atleticanos sabemos o que é!


Meus amigos, o maior título do Galo, não estão nas conquistas de campeonatos e nas taças. O maior título do Galo é o coração alvinegro das nossas crianças! Aquelas que cantam e pulam por diversas escolas em Minas Gerais cantando “Maria eu sei que você treme!”. Este sim é o maior título do Galo! E estas crianças, daqui a alguns anos, certamente contarão suas histórias de vida, e como este time as marcou e conquistou a mais épica de todas as Copas Libertadores, a maior Copa do Brasil já existente, as fáceis vitórias sobre nosso rival, a época em que o lado purpurinado da lagoa não ganhava do Galo, a tremedeira, e claro, lembrarão de seus ídolos de agora, e que serão eternos: Victor, Tardelli, Luan, Dátolo, Bernard, Leonardo Silva, Leandro Donizetti, Rever, Pierre, Ronaldinho Gaúcho, Levir Culpi, Cuca, Marcos Rocha, Jemerson, e outros que ajudaram a reconstruir e recolocar o Galo no caminho das vitórias.



Esta é a história do nome da coluna. A minha história e a de muitas crianças que hoje vivem esta fase de nosso time!

Amigos, o Clube Atlético Mineiro é eterno! Cada um do seu jeito, cada qual com sua história, mas todos com o coração alvinegro e a paixão que jamais será esquecida ou abolida!

Ahhhhh... o resultado daquela fatídica partida entre João x Maria, em que eu estava no ônibus e ouvi pelo radinho?? 4 x 0 para o Galo em 1983.

Saudações massa!!  Galoooooooooooooooooo!!

Leo Koscky   

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