É
possível pensar além da rivalidade entre quatro linhas?
Eu
já escrevi aqui sobre a importância da rivalidade. É o que dá o sabor
especial do futebol. Por não se tratar de um esporte qualquer, o futebol tem
seus elementos peculiares. Tais elementos são essenciais; o futebol precisa
deles para existir. Eu já vi, contudo, muita tentativa de conter este oxigênio,
numa demonstração absurda da forma abjeta de como se trata o futebol por aqui.
Mas se a importância da rivalidade é clara nos 90 minutos, ela não me parece
tão clara fora deles. Tenho refletido bastante sobre a necessidade de um
diálogo mais próximo entre Galo, Cruzeiro e América. Não apenas sobre a
necessidade, mas na probabilidade desse dialogo acontecer.
Será
que nossas diretorias precisam ser torcedores fanáticos o tempo todo?
Permitam-me pegar dois casos que ilustram o que eu quero mostrar: 1) a final da
Copa do Brasil 2014. Tratava-se de uma decisão inédita, do maior e mais
importante clássico mineiro, da coroação do futebol empolgante que se jogava
por aqui. Nós poderíamos ter feito dois eventos muito mais atraentes do que foi
feito. Foi uma baita oportunidade perdida.
2)
O Independência. O Galo tem um “vínculo emocional” inegável com aquele lugar
(textos lindos já foram produzidos sobre isso). Após a reinauguração são 88 jogos, sendo 62 vitórias, 22 empates
e 4 derrotas. Foram 190 gols pró, 70 contra; saldo 120. Aproveitamento de 79%*.
O Galo já tentou negociar algumas vezes com o América a ampliação da capacidade
de público do Independência. A diretoria do América não quer saber desse papo.
Seríamos
mais fortes se conseguíssemos sentar numa mesa e dialogar. Talvez conseguiríamos
fazer valer a força do futebol mineiro e quem sabe (quem sabe!) diminuiriam as
tentativas da mídia esportiva de tentar nos enfiar corinthians e flamengo goela
abaixo! Talvez subiríamos o valor dos nossos patrocínios. Talvez nossas marcas
fossem mais valorizadas. Talvez nossa força nos bastidores fosse maior e nós
conseguiríamos banir alguns árbitros claramente comprados por aí.
É
muito talvez para um parágrafo só. Mas é possível? O que você acha?
É
possível pensar além da rivalidade entre quatro linhas?
Saudações!
Fernanda - @fersoares
*(fontes: Zeca Espora e Galo Digital).
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO dia que futebol for tratado como business, quem sabe....
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