sexta-feira, 2 de dezembro de 2016


Amigos,
Nessa fase de transição entre o luto e a aceitação do que aconteceu com a Chape, busquei uma fuga para tentar, se é que é possível,  amenizar a dor e a angústia que ainda sinto.  Por isso,  resolvi escrever sobre o Galo. E o assunto não poderia ser outro: a contratação do técnico Roger Machado e o que espero do trabalho dele. Dividirei o texto em três  partes.

Primeiro quero falar sobre o treinador propriamente dito. Roger Machado surgiu como técnico ano passado. Pegou uma equipe arrasada pelo Felipão e, com os mesmos jogadores em pouco tempo,  conseguiu transformar um desempenho medíocre em ótimo.
Roger, em que pese não ter conquistado títulos no Grêmio e ainda estar em formação,  é um grande treinador. Tem tudo o que um profissional competente no futebol atual precisa.

Roger entende o futebol, como poucos ainda o fazem, de maneira sistêmica. Sabe que não basta ter apenas bons jogadores. Vai além. Roger tem noção que aliado a um elenco com boas e talentosas peças, um clube precisa de bons profissionais na preparação física, psicológica, fisiológica, logística, comunicação etc. De tática ele entende. Provou isso ao fazer do Grêmio 2015 e 2016 um time que jogava e joga com a bola no pé, propõe a partida, pressiona o adversário e pratica o futebol apoiado, ou seja, além do já falado antes, com triangulações, tabelas, mobilidade e atacando com muita gente.
Além disso, Róger parece ser trabalhador, humilde, focado, estudioso. Vai dar certo? Aí, passamos para a segunda parte do texto. 
A mudança de Marcelo  Oliveira para Róger. Antes de tudo, Marcelo é um cara especial e eu fiquei muito triste por seu trabalho não ter dado certo dessa vez. Futebol tem dessas coisas. Aliás, no Brasil, não só no futebol, sucesso significa vencer. Venceu, fez tudo certo. Perdeu, fez tudo errado. Não estou dizendo que vencer é errado. Isso é assunto para a última parte do texto. Ao contrário, vencer sempre é certo. Mas saber COMO se vence e COMO se perde é condição primária para saber o que fazer no passo a ser dado em seguida. Sem essa consciência, perde - se tempo, energia e talento.
Digo isso porque Marcelo em suas entrevistas sabia dizer exatamente as causas das derrotas do Atlético: "falta de uma ideia coletiva, organização para defender e atacar, espaçamento da equipe etc." Porém, nosso querido Pacote, mesmo detectando, não conseguia consertar. Róger, no Grêmio, que é a referência que temos,  conseguia detectar as inconsistências da equipe e conserta - las. E sabia porque treinava. Os treinos de Roger, a exemplo do que é feito na Europa Simulam as situações de jogo. São treinos intensos e não os obsoletos rachões. Time que treina muito as situações de jogo sabe, nas partidas, como resolvê - las.
Torço muito para que nosso novo treineiro consiga aqui colocar em prática o que de melhor se vê nas equipes mundiais. Que faça aqui do nosso Galo uma equipe intensa, atacando e defendendo, organizada,  com jogadores que compreendam que quanto mais rápido dominarem a bola e souberem o que com ela fazer, mais rápido chegaremos ao gol adversário. Se vai ser 4-2-3-1 atacando e 4-4-2 defendendo,  como o Marcelo tentou aqui, não importa. Imprescindível é que nossa equipe tenha uma idéia de jogo, treine bastante, se organize dentro de campo e consiga as vitórias.  Se elas virão, só o tempo dirá. 
E, por falar em tempo, finalizo com a terceira e última parte do texto.
Roger precisará de tempo para fazer isso. Não adianta a Diretoria agir como agiu com Autuori, Aguirre e Marcelo Oliveira. É preciso dar tempo como foi dado à Cuca e Levir e, não por coincidência, conseguimos Libertadores, Recopa e Copa do Brasil na mão dos dos técnicos que tiveram tempo para trabalhar.
Além da diretoria, jornalistas estarão preparados para entender da mesma forma? Deixo aqui a questão.
Também,  jogadores, que aqui no Brasil, em regra, costumam achar que mandam nos clubes e fazem beicinho quando não concordam com as idéias do treinador, precisam comprar e acreditar no projeto do Róger. O papel dos mais experientes será fundamental.  Fred, Victor, Fábio Santos,  Robinho, Leonardo Silva, Erazo, Donizete, Rocha ... contamos com vocês.
Por último, ainda que seja um assunto delicado, a Massa precisa ajudar e não crucificar o treinador em caso de derrota para o Tricordiano.
Diante de tudo, finalizo dizendo que Confio no Roger. Ele, além da experiência de vestiário, tem técnica,  metodologia e conhecimento. Deixemos ele plantar as sementes. Bons frutos virão com o tempo.

Por @pauloazulaybh

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