Hoje a coluna Uma vez até morrer, com muito orgulho, abre espaço para as palavras do Dr. Lincoln Pinheiro*. Leiam com atenção amigos, pois não é de hoje que o Doutor vem alertando sobre isso!
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Pessoas
de pouca leitura; de horizontes curtos, usando uma metáfora machadiana ou,
simplesmente, analfabetos funcionais, no estilo viril do nosso General Leandro
Donizete, costumam atribuir à teoria da conspiração aqueles acontecimentos que
sua limitada capacidade cognitiva não lhes permite entender.
Até
mesmo jornalistas profissionais costumam recorrer a esse termo quando querem
desqualificar uma opinião e agradar os malfeitores.
A
recente confissão feita por um dirigente do time mineiro de origem fascista – e
que tenta esconder o passado usando seu poder político para censurar a imprensa
– de que costumava comprar árbitros para ganhar jogos deixou esses incrédulos
torcedores com a broxa na mão. Como acreditar nas mentiras e acusar os críticos
de teóricos da conspiração depois daquela confissão?
Mas,
afinal, o que vem a ser a tal teoria da conspiração? Será que os papagaios que
repetem isso sabem o que estão dizendo?
Teoria
da conspiração foi uma expressão cunhada em 1967 pela CIA, a agência de espionagem
estadunidense, com a finalidade de atacar quem desmentisse narrativas oficiais.
Algumas
das recomendações da CIA para desqualificar aqueles acusados de teóricos da
conspiração eram:
a) Discutir publicamente o problema com contatos amigáveis na
elite (especialmente políticos e editores de imprensa);
b) Usar todos os recursos de propaganda acessíveis para refutar os
ataques vindos dos críticos. Colunas assinadas por especialistas amigáveis
e resenhas de livros são especialmente adequadas para esse objetivo;
c) Especialistas em
resenhar livros para a imprensa devem ser encorajados a acrescentar, ao que
digam sobre [seja o que for], a ideia de que, recorrendo sucessivas vezes ao
texto do relatório da comissão de investigação, perceberam que o relatório foi
trabalho muito mais bem feito que o trabalho dos que o criticam.
Amigo
leitor, existe corrupção no futebol e quem se beneficia dela não quer que você
acredite nisso.
Quando
algum arauto falar que isso é teoria da conspiração, procure saber a que senhor
ele serve.
Lincoln
Pinheiro Costa, janeiro de 2016.
Twitter: @Lincolnpinheiro
*Juiz federal da Vara Única de Ilhéus-BA e ex-procurador da Fazenda Nacional em Salvador. É graduado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (USP) e MBA em Direito da Economia e da Empresa pela FGV. É membro do Instituto San Tiago Dantas de Direito e Economia. twitter.com/Lincolnpinheiro
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