segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Diferente!


Nem sempre é fácil definir o que significa "diferente". As vezes representa uma mudança pra melhor, outros casos pra pior e pode ser, óbvio, pura e simplesmente diferente, uai. No caso do Galo, a mudança clara de perfil da equipe na comparação de 2017 para 2018 me deixa com a sensação de que o ano será muito melhor que o que passou (o que não é muito difícil, convenhamos) e também de como nosso elenco foi pessimamente montado pra temporada passada.

A começar pela velocidade do time. Muito longe de ser um luxo, essa necessidade pra qualquer equipe competitiva, passou longe dos lados do Horto, do Mineirão e de onde mais o Galo desfilou suas cores em 2017. Fez - e muita! - falta.


foto: Bruno Cantini/Atlético
Sequer aqueles jogadores que parecem não saber correr e pensar ao mesmo tempo tínhamos no banco pra fazer as mudanças na segunda etapa dos jogos, quando as peças mais veteranas sofriam ainda mais com o desgaste físico. O time se arrastou, patinou em tudo que disputou e só não passou mais aperto porque a qualidade técnica conseguiu, em partes, garantir alguns pontos e vitórias.

Em 2018 o Galo é diferente! Isso é fato. Não sei o resultado disso e nem me arrisco a tentar adivinhar mas eu só consigo achar muito boa essa busca pela mudança. E nem vejo ela como tão radical como muitos indicam. Ainda tem gente muito experiente na equipe e inclusive no time titular. Victor, Leo Silva, Fábio Santos, Arouca, Elias e Ricardo Oliveira. O problema não é a idade, mas sim a forma de jogar e a posição dos atletas mais veteranos.

A idade do comandante do ataque até aumentou, mas a mobilidade é incomparável em relação ao dono da 9 do ano passado. O condicionamento físico e a participação do jogo do Pastor é muito maior. E ele tem ao lado três garotos com qualidade e velocidade de sobra.

Não sou daqueles que colocam Robinho e o ex camisa 9 do Galo no mesmo pacote. Ao R7 sou grato por seu comportamento aqui, do começo da trajetória até a saída, contribuiu muito bem no primeiro ano e sua passagem está muito longe de ser um fiasco. Mas precisávamos renovar!

Roger Guedes, Cazares e Otero deixam o time agudo e vertical como a torcida do Galo queria e gosta. Ricardo Oliveira tem posicionamento e qualidade finalização muito acima de qualquer um dos três. Eles se completam. Especialmente os ponteiros ajudam na marcação, não sobrecarregam os volantes e ainda permitem que Elias surja em suas arrancadas peculiares para surpreender as defesas desafiantes.

Com um novo lateral direito que tem mais preocupações defensivas e os volantes melhor posicionados é possível controlar o apoio dos alas ao ataque, já que com um zagueiro de 38 anos (a idade chega até para os mitos!) permitir o mano a mano com nossa defesa é um convite ao caos.

Ao contrário do que muitos atleticanos pensam, o estilo "Galo Doido" não precisa ser sinônimo de exposição e falta de tática. É só usar esse modo hard nos momentos certos e com as peças certas. Não precisa ir todo mundo não uai.

Nem tô falando a partir do resultado contra o Democrata de Valadares, que é incrivelmente fraco, mas sim pela postura e ideia de jogo do Galo pra 2018. É só o começo, há muito trabalho pela frente e é preciso reconstruir a equipe após um 2017 desanimador.

É cedo, eu sei. Se tem algo que não combina comigo em empolgação de véspera. Mas ver o Galo diferente, pra mim, é muito bom. Porque afinal de contas, o diferente pode ser ótimo!

Vamos, Galo!

@allanpassus

Nenhum comentário:

Postar um comentário