Nos últimos dois anos, assistimos no Atlético um período mágico. Foram
duas temporadas que coroaram um incessante trabalho imbuído em um objetivo
claro: Corrigir as distorções que assolaram o clube em sua história centenária.
Faltavam os títulos. Algo inexplicável em várias vezes, pois assistimos
grandes times e oportunidades de conquista. Azar, nervosismo, arbitragem.
Futebol.
Porém, nunca, mas nunca mesmo, faltou o maior – e muitas vezes único -
combustível que moveu o Galo nesse tempo todo: a paixão do seu torcedor.
Kalil chegou. Movido por essa paixão. Aprendeu com seu pai e aprendeu
desde cedo a grandeza do Atlético. Ao contrário de outros que sentaram na
cadeira que passou a ocupar em 2009, não se contentava em ver o clube nessa
situação.
Emocionado, Kalil se despediu do torcedor diante do Coxa. foto: Bruno Cantini / Atlético |
Ele quis sentar ali. Queria mais. Um algo a mais que o Atlético não
tinha sequer vivido, mas que o presida, antes de qualquer lema e talvez mais
que qualquer outro torcedor, acreditava.
Os títulos fazem o torcedor explodir. Encher o peito pra gritar
"campeão". Como nunca antes fizera com o mesmo o volume e importância
das taças.
Mas os títulos são fundamentais também para dar respaldo e clareza para
reconhecer o que Kalil e sua diretoria, na melhor gestão da história do
Atlético, fizeram para esse clube e para o povo preto e branco.
Respeito, orgulho, admiração, autoestima. Como medir isso? Como mensurar
esses sentimentos? Não se conquista isso com apenas uma taça. Não parou em uma
boa campanha de Brasileiro depois de temporadas sofríveis ou em uma
Libertadores inédita.
A filha única ganhou uma irmã, e outra e mais outra...
Uma força inexplicável. Um orgulho de ser Atlético tomou conta do
torcedor. Até aquele mais desiludido. O mais marcado pelas feridas históricas.
A fé, que sempre moveu o alvinegro, estava de volta. Mais forte do que nunca.
Lembra-se daquele seu amigo, mais desconfiado, que quando o locutor
gritava no show: "Cadê a torcida do Galo?" não se manifestava e você
ficava p... da vida? Ele voltou a sorrir e se orgulhar não foi?
Não tem taça que reconheça esse sorriso, mas é exatamente ele que faz um
time transcender os limites de um campo e emanar por arquibancadas, ruas,
corações.
Uma nova geração de orgulhosos torcedores se encaminha. O galo está
salvo.
Ao lado de uma competente equipe, Kalil é o responsável direto por isso.
Errou muito, como todos nós, por ser um torcedor de alma, que cobre nossas
cabeças e nos impede de enxergar com lucidez em alguns momentos.
Mas ele não quis ver o Atlético fazer algo. Ele foi e fez algo pelo
Atlético. Na verdade, refez o Atlético.
É preciso reconhecer, aplaudir e agradecer.
Pelo presidente que foi e pelo torcedor que é, pode descansar em paz
Kalil. Sua missão por aqui está muito bem cumprida.
#ObrigadoKalil
@allanpassus
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