domingo, 17 de maio de 2015

Galo é Religião #6 - Que amor é esse?





Que amor é esse?


Por ele, eu sou capaz de tudo. Canto, rio, choro, xingo, reclamo, elogio, agradeço, me orgulho, me decepciono mas nunca passou pela minha cabeça a mais remota ideia de o abandonar. E é assim com uma nação inteira. O Galo conquista por onde passa, arrasta multidões, traz uma legião de fãs. Quem te conhece não esquece jamais, Clube Atlético Mineiro.

As vezes me pego tentando entender o porque de todo este fanatismo, mas será que há alguma explicação? Para a maioria dos atleticanos, a magia do atleticanismo está justamente em não compreender a razão do sentimento.

Não se espante se encontrar um atleticano chorando após uma derrota, com raiva, jurando pra si mesmo jamais pisar novamente em um estádio de futebol ou sequer acompanhar o esporte novamente, e, no dia seguinte, saindo com sua camisa do Galo na rua, gritando aos 4 ventos seu amor pelo clube já planejando a próxima ida ao Horto.

É que como atleticanos, estamos infelizmente acostumados a sofrer, não que isso seja exatamente ruim, pois ultimamente o sofrimento tem valido a pena e faz tudo ser mais valorizado. Mas mesmo sabendo que ser derrotado faz parte do futebol, nos parte o coração assistir a uma derrota e aceitar que acabou ali.

Na última semana, fomos eliminados da Copa Libertadores. Não foi a primeira e nem a última vez, assim é o futebol e nós sabemos disso. O "eu acredito" não funcionou, a bola não entrou, o atleticano chorou. E no dia seguinte, estávamos aguardando os jogadores no aeroporto para agradecê-los e dizer que tem muito orgulho do futebol apresentado.

Que amor louco é esse? Olhamos para um lado e tem torcedor vaiando o time em campo. Olhamos para o outro e temos torcedores protestando na porta do Centro de Treinamento. Coitados, eles não sabem o que é ser torcedor. Torcem por momentos, por títulos, por vitórias. Olha que sorte a nossa, torcemos por amor. 

Ser atleticano é isso: chorar e sorrir, cornetar e elogiar, brigar e agradecer. Mas eu te garanto, Galo, essa nação que te acompanha em todos os momentos, jura tratar a relação torcedor-clube como um casamento. Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, todos os dias de nossas vidas, até que a morte nos separe. 


Bárbara Bernardes - Facebook e Twitter

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