terça-feira, 17 de setembro de 2013

ESPECIAL: Os Gringos do Galo - Parte 1

Ortiz, Escudero, Fabbro, Cincunegui, Agustin Viana, Galván e Mazurka

  Na história do atual campeão da América já passaram vários jogadores estrangeiros, principalmente do nosso continente, mas oque muita gente não sabe é que no passado já tivemos jogadores de todas partes do mundo, jogadores da África, América do Norte, Europa, o Galo é um time do mundo.  

  Saiba quem são os estrangeiros que mais vestiram a camisa do Galo e saiba um pouco da história, carreira e estatísticas vestindo a camisa do Atlético.

1º) 194 jogos: Cincunegui - Lateral esquerdo Uruguaio
*Nasc: 28 de julho de 1940 (está com 73 anos)


  Uruguaio de Montevidéu, Hector Cincunegui de Los Santos foi o estrangeiro que mais vestiu a camisa do Atlético na história.  Chegou ao Atlético vindo do Nacional-URU após ser campeão mundial de clubes e campeão sul-americano pela Seleção do Uruguai.  Seu passe custou ao Atlético cerca de 40 mil dólares, oque na época equivalia a Cr$ 160 mil.


  O lateral esquerdo ficou marcado no Galo pela sua garra em campo e seus vários conflitos com o treinador Yustrich, era chamado pelos colegas de time de "gringo".  Jogou 194 partidas pelo Atlético entre 1968 e 1973, marcou apenas 1 gol e conquistou o Campeonato Brasileiro de 1971, o Campeonato Mineiro de 1970 e as Taças Belo Horizonte de 1971/1972.

  O jogador deixou o Atlético em 1973 e foi atuar pelo Náutico, onde ficou até o final de 1974 e deve ter aposentado por ali.  Hoje vive no Uruguai com conforto da renda de seus investimentos. #ValeuCincunegui !

Cincunegui em jogo contra a União Soviética


2º) 100 jogos: Ortiz - Goleiro Argentino
* 29 de setembro de 1947
+ 22 de julho de 1995 (48 anos)


  Argentino de Santa Fé, Miguel Angel Ortiz está em segundo lugar no ranking de estrangeiros que mais vestiram a camisa do Galo e em primeiro lugar dos mais polêmicos. 

  Com estilo dentro dos campos, com uma fita rodeada nos cabelos compridos, bermudões até os joelhos e um armário recheado com camisas coloridas, o ex-goleiro argentino queria mesmo era causar.

  O goleiro argentino atuou no Atlético em 1976 e 1977, chegou por indicação de Cincunegui, esse mesmo que você acabou de ler ali em cima, veio para o Galo após passagens por Cólon-ARG e Wanderes-URU. 


  Custou cerca de Cr$ 350 mil aos cofres do Galo, recebia um salário de Cr$ 12 mil além de Cr$ 150 mil de luvas (prêmio por assinatura).  

  No Galo além do polêmico estilo de se vestir para um jogador de futebol na época, o goleiro se aventurava em cobrar pênaltis, e com a camisa do Atlético chegou a marcar 7 gols.

 Idolatrado pela torcida por fazer defesas milagrosas, o goleiro se envolveu na maior polêmica de sua carreira em uma final de Campeonato Mineiro, onde o acusaram de vender o jogo para o Cruzeiro.  Após um desentendimento com o técnico Barbatana o goleiro deixou Belo Horizonte sem dar satisfação ao clube, oque posteriormente pôs fim a sua passagem pelo Galo.


  Após sair do Galo o goleiro teve passagens por Comercial-SP e Caxias-RS.  Após aposentar dos gramados virou alcoólatra e faleceu em 1995 vitimado por uma cirrose com apenas 48 anos.  #RipOrtiz


3º) 89 jogos: Mazurkiewicz - Goleiro Uruguaio
* 14 de fevereiro de 1945
+ 2 de janeiro de 2013 (68 anos)


  Uruguaio de Piriápolis, Ladislao Mazurkiewicz Iglesias talvez tenha sido o estrangeiro que mais ouvi meu pai dizer.  Diz meu pai que Mazurka era um goleiraço, um dos melhores que já viu jogar.

  A história de Mazurkiewicz (nome difícil de escrever) não mente, ele foi sim um dos melhores goleiros do mundo, disputou três Copas do Mundo pela Seleção Uruguaia (1966/1970/1974), foi campeão da Copa Libertadores, Mundial e Bi-Campeão Uruguaio pelo Peñarol-URU, clube que o revelou e onde ele encerrou carreira.

  Sua chega ao Atlético foi complicada, graças ao presidente Nélson Campos que ficou 12 horas em reunião com o jogador para fechar o contrato e trazer o "paredão" (como era conhecido) para Belo Horizonte.  

(Imagens: Revista Placar)

  Nessa reunião teve de tudo, murros na mesa, palavrões, vaias, e isso tudo por causa dos empresários do jogador e dirigentes do Peñarol que queriam que o Atlético assumisse uma dívida do jogador com o clube. Nélson Campos bateu o pé e disse que não aceitaria, chegou a chamar a imprensa para noticiar que estava desistindo da contratação do jogador, e quando o presidente estava dentro do carro pra ir embora pra casa após 12 horas de reunião estressantes, um funcionário correu atrás do carro dele e gritou: "O Mazurka assinou o contrato"!


  Com a camisa do Atlético jogou de 1972 a 1974, foram 89 partidas e 67 gols sofridos, onde mostrou seus reflexos, sua segurança e extraordinário oportunismo somado a frieza que passava confiança para toda equipe e torcida.

  Após a Copa do Mundo de 1974 o goleiro se transferiu para o Granada da Espanha, teve passagens também por Cobreloa-CHI, América de Cali-COL até retornar e encerrar a carreira no Peñarol-URU.

  O goleiro também é lembrado sempre por não ter sofrido aquele "gol feito" que Pelé deu um drible de corpo, pegou a bola do outro lado e chutou pra fora com o gol aberto. 



  Faleceu aos 68 anos no início desse ano (2 de janeiro) em Montevidéu-URU após estar em coma induzido devido a complicações respiratórias.  #RipMazurka #ValeuMazurka


SEMANA QUE VEM ESPECIAL: OS GRINGOS DO GALO - PARTE 2 
(Oliveira, Galván e Gutierrez)



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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Êh Renato Gaúcho !



  E o Galo está de volta ao alto nível do futebol, nem a chuva, nem as vaias da torcida gremista e nem a comemoração de 110 anos do Grêmio conseguiram parar a Máquina 2013.  Foi uma vitória magra, mas que mostra a força do Galo Doido. Ganhar dentro daquela arena não é tarefa fácil meu caro.

(Foto: Edu Andrade / Estadão)

  O Grêmio até que tentou bastante, a torcida hostilizou Ronaldinho Gaúcho mais uma vez, mas dessa vez o sorriso dele tava tão grande que ele nem ligou para os xingamentos de pilantra que vinham das arquibancadas.  Dessa vez sobrou até pro São Victor que veio pro Galo em troca do zagueiro Werley, os gremistas tão parecendo mulher traída, não conseguem aceitar nunca o simples fato do Victor e do R10 trocarem o Grêmio pelo Campeão da Libertadores.  O quanto mais eles hostilizam nossos jogadores, mais eles dão a resposta dentro de campo.  Ronaldinho esteve na dele distribuindo passes e dribles, enquanto isso Victor decidiu fechar o gol, e fez jus ao slogan das camisinhas Victor (não passa porra nenhuma !!!).

(Foto: Luciano Leon / Futura Press)

  Já são 10 jogos sem perder no Brasileiro, nosso time está de volta ao que apresentou no primeiro semestre do ano quando era temido por todos os cantos do continente. Ôh campeão voltou !

 Com um campeonato tão equilibrado igual o desse ano nós ainda podemos sonhar em tomar a vaga do flanelinha de 2013, ei cruzeiro abre o olho que essa vaga de campeão já é minha.

 Sobre o jogo de ontem eu só tenho a dizer: Êh Renato Gaúcho, que filha linda você tem ! Parabéns Grêmio pelos 110 anos. rsrsrsrs




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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Jojô Maravilha seguindo os passos de Dadá Maravilha



  Ele é alto, é meio desajeitado, não tem habilidade, domina a bola na canela, mas dá bobeira com ele dentro da área, ele manda pra caixa.  Assim eu descrevo o atacante Jô, que já podia ser apelidado de Jojô Maravilha em homenagem ao nosso eterno ídolo e artilheiro Dadá Maravilha.  Os dois tem o mesmo estilo, e a única coisa que eles não sabem fazer é jogar futebol, porque fazer gol igual eles tá difícil.

(Foto: Bruno Cantini / Site oficial do Atlético)

  O cara tá iluminado, desde que foi contratado pelo Galo a vida dele mudou, foi Vice-Campeão Brasileiro em 2012, foi Campeão Mineiro e da Libertadores em 2013 e ainda foi o artilheiro da competição sulamericana, oque fez o jogador ser chamado para Seleção Brasileira.  A convocação dele foi contestada por todos, até por nós torcedores do Atlético, nós sabemos das limitações do Jô, mas ele foi humilde pra seleção e fez o trabalho dele, vem balançando as redes por lá também e é o principal artilheiro da nova era Felipão.

(Foto: Site Super Esportes)

  Durante a semana nos jogos da Seleção Brasileiro e no jogo de ontem pelo Atlético, Jô este impecável aproveitando as oportunidades que lhe eram dadas, foram 6 gols em 3 jogos.

  Ontem nos ajudou a vencer o Coritiba pelo Campeonato Brasileiro por 3x0, os 3 gols dele com duas assistências de Fernandinho e uma de Marcos Rocha e um show de lançamentos de Ronaldinho.  A torcida voltou a ver o show de peitadas de #R10mito e #JôMaravilha.

Ficha do jogo: 

Atlético 3 x 0 Coritiba

Atlético

Victor, Marcos Rocha, Réver, Leonardo Silva e Junior César; Pierre, Josué, Luan (Dátalo), Ronaldinho e Fernandinho (Neto Berola); Jô (Alecsandro).
Técnico: Cuca

Coritiba
Vanderlei; Vinicius (Gil), Luccas Claro, Chico e Escudero; Willian, Uelliton, Robinho, Lincoln e Vitor Júnior (Zé Rafael); Bill (Jânio).
Técnico: Marquinhos Santos

Motivo: 20ª rodada do Campeonato Brasileiro
Estádio: Independência, em Belo Horizonte (MG)
Data: 12/09/2013

Gols: Jô, 22, 25 e 39min 1ºT

Árbitro: Paulo Henrique Godoy Bezerra (SC)
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho (SP) e Jose Antônio Chaves Franco Filho (RS)

Cartão amarelo: Willian, Lincoln, Escudero (COR); Pierre, Fernandinho, Josué, Alecsandro, Neto Berola (ATL)

NOVIDADE

  Ontem o Atlético entrou com uma novidade no uniforme, a presença de um patch alusivo a conquista da Libertadores 2013 estampado no centro da camisa.  Por enquanto o patch é improvisado e feito pelo Lupo, mas a partir de 2014 estamparemos o oficial fornecido pela Conmebol.




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sábado, 7 de setembro de 2013

Empate no Pólo Aquático



  Os gramados dos estádios do nordeste não vão mudar nunca, a anos, décadas os gramados de lá são maltratados, primeiro pelo clima seco que domina por lá, e segundo pela infraestrutura mesmo.  Não pode cair uma chuvinha que os campos de futebol virão verdadeiras piscinas, lagoas, represas, como quiserem definir um campo cheio de água. Os campos do nordeste parecem não ter sistema de drenagem, quero só ver esses campos dos estádios novos para Copa do Mundo 2014, até quando vão durar.

(Foto: Romualdo de Jesus)

  Mas se o campo tá ruim pra um, tá ruim pro outro também, a mau tempo e a condição do gramado não podem ser desculpa para o Atlético.  Se o Emerson não erra grosseiramente em tocar a bola pra trás e ela parar fatalmente em uma poça dágua e tirar o Victor totalmente do lance, nós poderíamos ter saído de lá mais felizes.

  São 8 jogos sem perder no Brasileirão, mas são apenas 2 vitórias, e contra times que tem o elenco infinitamente inferior ao nosso, era obrigação ter vencido, e os outros 6 empates, foram bobeiras, perdemos pontos valiosos nesse primeiro turno que teremos que dar sangue pra recuperar no segundo turno e terminar o campeonato com uma campanha digna de quem vai disputar o Mundial e quer ser o campeão.

(Foto: Felipe Oliveira)

  Pra torcedor que está acomodado como alguns jogadores, eu falo: o Bayern de Munique também vai disputar o Mundial como a gente, e eles vão lutar também pelo título do Campeonato Alemão, eles não vão desistir antes da hora.  Temos 19 jogos pela frente, e temos time pra vencer qualquer um desse campeonato!

  #EuAcredito #ReageGalo #CampeãoDaAmérica #RumoAoMundial #EuVouPraMarrackeshi



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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Caiu no Horto ? Tá osso !



  Oque era o maior aliado do Atlético está perdendo a força: o Horto lotado com a torcida empurrando o time para a vitória, antes ali era garantia de três pontos, hoje está se tornando um nada.

  Desde a derrota para o Atlético-PR no Independência, o Atlético não consegue mais impor seu futebol que botava medo nos adversários que jogariam ali, a torcida não lota mais as arquibancadas, não canta mais como era na Libertadores.  Culpa do preço dos ingressos ? Também, mas ontem nem os ingressos mais baratos esgotaram.

(Foto: Paulo Fonseca / Photocamera)

  Pra variar mais um empate e o time desnorteado em campo, errando muitos passes, falhando na marcação, falhando na finalização ou nas assistências, enfim, o Galo já não é mais o mesmo que encantou o continente, e se não tiver mudanças logo, é capaz que no final do ano no Mundial nós passaremos vergonha.

 O Atlético já entrou errado ontem nas escalação, o Cuca tem estado meio lelé da Cuca nas últimas partidas, feito muitos testes, improvisações que não minha opinião são verdadeiras cagadas, está queimando vários jogadores desse jeito.

 O Richarlyson coitado, ele tem que tomar postura e falar pro Cuca que não é lateral, a melhor fase da carreira dele foi jogando de volante, cheeeeeega de escalar essa merda na lateral.

 Com o Rick que é volante de lateral esquerdo e o Luan que é meia atacante jogando de volante, tinha chance de dar certo ? Nunca ! Os dois comprometeram o time com erros grotescos que resultaram em gols para o Fluminense.

  O único ponto positivo ontem foram os golaços de falta do nosso craque Ronaldinho que deixou o goleiro Diego Cavalieri com torcicolo. 


Comente sobre a partida de ontem !


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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Estádio Presidente Antônio Carlos - O Estádio do Galo

30 de maio de 1929 - Inauguração do Estádio do Clube Atlético Mineiro

Um pouco da história do Estádio Antônio Carlos, no Bairro de Lourdes, campo do Atlético Mineiro entre 1929 e 1969.

Texto enviado por Carlos Alberto Kley ao site Terceiro Tempo do Milton Neves.
  
  Aos amigos que viveram épocas boas em Belo Horizonte, em especial aos atleticanos, um pouco da história desta nossa cidade em que o Atlético Mineiro já estava presente.

  Nossa história: tempos de glórias do futebol mineiro onde hoje está o Diamond Mall

  Inaugurado em 1929, Estádio Antônio Carlos, no Bairro de Lourdes, registra galerias de títulos e conquistas do Clube Atlético Mineiro, até se transformar em shopping.

  Os cruzamentos da Avenida Olegário Maciel e as ruas Bernardo Guimarães e Gonçalves Dias, no Bairro de Lourdes, escondem grandes histórias. O local, onde hoje está um dos grandes centros de compras da capital, o shopping Diamond Mall, já foi palco de importantes conquistas e personagens do futebol mineiro. Há 83 anos, lá era inaugurado o tão sonhado campo do Atlético, o Estádio Antônio Carlos, que posteriormente seria alvo de disputa judicial entre o clube e a Prefeitura de Belo Horizonte. 


Foto em que mostra o Estádio do Atlético no quarto quarteirão acima da Praça Raúl Soares

  O Estadinho da Colina, apelido dado em razão da localização, abrigou muitos craques alvinegros. Guará e Nicola foram os primeiros moradores dos alojamentos construídos sob as arquibancadas dos fundos, na Rua Rio Grande do Sul. Anos depois, ainda adolescentes, os ídolos Reinaldo e Toninho Cerezo aprontariam muito nas dependências do estádio do Galo. “Foi uma época muito boa, éramos adolescentes, então você pode imaginar. As arquibancadas do estadinho eram um sucesso. Subíamos os degraus para vermos as moças da sociedade mineira trocando de roupa com as janelas abertas. Era o máximo que fazíamos, mas até que eu era tímido, devagar demais numa turma de bandidos e ordinários”, relembra Cerezo. 

  O ex-volante atleticano afirma que aqueles foram os melhores anos de sua juventude, apesar da rigidez e disciplina da época. “A gente fazia muita molecagem, tudo era motivo de alegria. Lembro que o restaurante era administrado por um pessoal baiano. A carne era regrada e a gente escondia os bifes debaixo do arroz. Todo dia um ficava sem carne, era molecagem mesmo e o senhor que tomava conta da gente ficava fulo da vida”, conta o ídolo, às gargalhadas, referindo-se ao senhor Francisco Gonçalves Filho, o leiteiro, que hoje vive em casa humilde de Santa Luzia, na Grande BH.

Torcedores do Atlético no Estádio Presidente Antônio Carlos em 1943

  O técnico dos garotos já era Barbatana. Os futuros craques batiam bola das 8h às 11h e quando o treino era físico eles corriam de Lourdes até o Conjunto Santa Maria, perto da Avenida Raja Gabaglia. “Depois a gente ia para a aula. estudávamos no Orfanato Santo Antônio, que ficava ali entre a Tamoios, Amazonas e São Paulo, com a tia Iracema. Dom Serafim, um atleticano doente, era o responsável pelo colégio. E como à noite não tinha televisão na concentração a gente ia ver as moças peladas nas janelas.” 

  Cerezo e Reinaldo protagonizaram as últimas histórias do estádio, que na década de 1970 acabou desapropriado pela prefeitura e se transformou em espaço para feiras e manifestações de trabalhadores. Desde a sua idealização, o Estádio Antônio Carlos teve alguma ligação com a administração municipal.


Atlético x Flamengo em 1943 no Estádio do Atlético

Torcida

  Durante o segundo mandato, em 1925, o presidente do Atlético, Alfredo Furtado de Mendonça, permutou com a prefeitura o campo da Avenida Paraopeba – atualmente Augusto de Lima, onde está localizado o Minascentro – pelo terreno em Lourdes, além de uma indenização. Três anos depois, com a ajuda do governador Antônio Carlos, as obras do estádio, que levaria o nome do político, foram iniciadas. Leandro Castilho de Moura Costa era o mandatário alvinegro na época. 

  Em 30 de maio de 1929, o sonho do Atlético estava realizado. Em amistoso em que o Galo derrotou o então poderoso Corinthians de virada por 4 a 2, o estádio foi inaugurado. Mário de Castro fez três gols e Said completou. Valeriano e De Maria marcaram os gols do time paulista. O estádio também possibilitou aos belo-horizontinos assistirem, pela primeira vez, a um jogo noturno. A inauguração da iluminação foi em 9 de agosto de 1930, quando o Galo goleou o Sport-MG por 10 a 2 e o então presidente da Fifa, Jules Rimet, esteve presente. 


Placa de inauguração do Estádio do Atlético Mineiro em 1929

  Em 3 de fevereiro de 1937, o Atlético conquistou, também em Lourdes, o título do Torneio dos Campeões, competição que reuniu os principais campeões estaduais do ano anterior, incluindo Fluminense e Portuguesa. Na ocasião, o alvinegro goleou o Rio Branco (ES) por 5 a 1. 


Foto do Estádio do Atlético em 1957

Fonte de renda para o clube

  O Estadinho da Colina, com capacidade para apenas 5 mil pessoas, foi a casa do alvinegro até a construção do Independência no fim dos anos 1940. A inauguração do Gigante do Horto marcou a decadência do estádio atleticano, que acabou vendido à prefeitura na década de 1960. Foi a solução do clube para a forte crise financeira. 

  Lá seria construída, em 15 anos, a nova sede administrativa da capital. Caso contrário, o imóvel obrigatoriamente seria devolvido ao Galo, o que ocorreu em 1991. Até aquele ano, o antigo estádio sofreu várias transformações. Foi desapropriado pela prefeitura em 1970, transformando-se em espaço para feiras e assembleias sindicais, e 10 anos mais tarde transformou-se no campo do lazer. 

  No entanto, como a prefeitura desvirtuou a finalidade da desapropriação, a diretoria alvinegra, na gestão de Afonso Paulino, entrou em litígio com a administração pública e ganhou o direito de retrocessão do terreno em 1991. 


Shopping Diamond Mall, um dos shoppings mais luxuosos do Brasil

  Com a área em mãos novamente, a cúpula atleticana negociou o arrendamento por 30 anos do local com uma empresa, que investiu na época US$ 80 milhões na construção do grande centro de compras, inaugurado em novembro de 1996. Atualmente, o shopping é uma das principais fontes de renda fixa do clube.  


Shopping Diamond Mall

DEPOIMENTO

O palco para a rebelião de pedreiros

Geraldo Lopes

  Um dos episódios mais marcantes do Estadinho de Lourdes foi, sem dúvida, a greve dos operários da construção, que eclodiu em 30 de julho de 1979 e deixou a capital em convulsão social por quatro dias. Repórter de um jornal do Rio, acompanhei na Praça da Estação uma concentração dos ditos peões, que seguiram em passeata para assembleia no antigo campo do Atlético. Cercados pela PM, os operários tombaram um táxi e o incendiaram. Uma assembleia de 10 mil trabalhadores decidiu pela paralisação e os peões resolveram sair em passeata, mas na porta do estádio foram reprimidos pela polícia com balas de borracha, bombas de gás e cassetetes. No confronto o trabalhador Orocílio Martins Gonçalvez, de 24 anos, motorista de trator, foi assassinado a tiros e 50 ficaram feridos. Com a pressão, os operários tomaram conta da cidade. Segui cerca de 2 mil deles pela Avenida Olegário Maciel em direção à rodoviária. Revoltados, os peões deixaram um rastro de destruição pelo caminho, arrancando árvores, quebrando lojas, tombando veículos. Houve muitos confrontos durante sete horas no Centro. A cidade parou e do alto dos prédios a população jogava água e tudo que encontrava para repudiar os grevistas. Nos dias seguintes os operários voltaram a se reunir no estádio. Então líder sindical, Lula esteve em BH e encontros apressados entre trabalhadores e autoridades acabaram pondo fim à paralisação. A cidade jamais esqueceu a chamada “rebelião de pedreiros” e o campo do Galo, a partir de então, transformou-se num reduto de resistência de movimentos sindicais, servindo de palco para assembleias e concentrações de grevistas.


Obras do Estádio do Atlético 

LINHA DO TEMPO

Maio de 1929
Inauguração do Estádio Presidente Antônio Carlos com o jogo Atlético 4 x 2 Corinthians 

Agosto de 1930
Inauguração da iluminação do estádio. Atlético vence o Sport-MG por 10 a 2 

Década de 1950
Início da decadência do estádio com a inauguração do Independência 

Junho de 1968
Último jogo, no qual o Atlético vence a Seleção Cidade Industrial por 3 a 0 

Década de 1970
Desapropriação pela Prefeitura. Área se transforma em espaço para realização de feiras e reuniões de movimentos sindicais 

1980
Campo do Lazer é inaugurado 

1991
Atlético conquista na justiça o direito de retrocessão do terreno 

1992
Alvinegro assina acordo para construção de um grande centro de compras 

1994
Início da demolição do antigo Campo do Lazer 

Novembro de 1996
Inauguração do Shopping Diamond Mall


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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

#GaleriaDeTroféus - Copa dos Tres Continentes (Vietnã)


 No ano de 1999 tivemos um dos melhores elencos de nossa história, aquele ano foi quase mágico. Começamos a temporada sendo campeões mineiros e terminamos como vice-campeões brasileiros, com aquele time do ataque mais temido do Brasil (Guilherme e Marques), o talento dos garotos Lincoln e Mancini, a raca argentina de Galván, entre outros jogadores que marcaram época.

 Além das competições nacionais, aquele época ainda éramos convidados a participar de torneios internacionais, e nessa ocasião fomos convidados a disputar o troféu da Copa do Tres Continentes no Vietnã. O torneio reunia um representante da América, um da Europa e um da Ásia, sendo eles Atlético Mineiro (Campeão Mineiro 99 e Vice-Campeão Brasileiro), Ajax-HOL (Campeão da Copa dos Países Baixos 99 e Vice-Campeão Holandês) e Seleção do Vietnã.


 As equipes jogavam entre si, e quem tivesse o melhor desempenho nesse triangular levava o troféu pra casa.  As partidas foram disputadas no Estádio Thống Nhất com capacidade para 25 mil torcedores que fica localizado na cidade Ho Chi Minh City (Vietnã).


A Campanha Atleticana

Atlético 3 x 0 Ajax

  O Atlético não precisou mais do que nove minutos para liquidar o Ajax, da Holanda, na sua estréia na Copa Três Continentes, realizada no Estádio Thong Nhat, em Ho Chi Minh, no Vietnã.

  Apesar do péssimo estado do gramado, em razão das chuvas que caem diariamente em Ho Chi Minh, Atlético e Ajax apresentaram bom futebol para o público que compareceu ao Thong Nhat. Mesmo com a vitória de 3 a 0, o placar não refletiu a superioridade do Atlético, que perdeu muitas chances de gol. Além disso, um dos auxiliares do árbitro marcou dois impedimentos inexistentes. 

  A equipe do Atlético, ainda sentindo o cansaço da viagem, não impôs um ritmo forte no início do jogo, o mesmo acontecendo com o Ajax, que procurou estudar o adversário. A primeira chance foi do time holandês, aos 2 minutos, quando Brutill quase marcou. Cinco minutos depois, Robert fez uma jogada pela esquerda, cruzou, e Nílson quase marcou. 

  Com o passar do tempo, as duas equipes foram ganhando em movimentação, e o Atlético passou a dominar o jogo. E as chances foram surgindo uma atrás da outra, com Edgar, Nílson e Wellington. O Ajax também teve uma boa chance para abrir o placar aos 30 minutos. Richard Witschge chutou de fora da área e acertou a trave. 

  O Atlético abriu o marcador aos 33 minutos. Gallo cabeceou a bola na trave e Nílson aproveitou o rebote, encobrindo o goleiro Fred Grim. Robert ampliou quatro minutos depois. O armador fez jogada pela esquerda e tocou por cobertura. O Atlético fez 3 a 0 aos 42 minutos. Emerson bateu tiro de meta, Edgar escorou de cabeça para Wellington, que chutou de fora da área, de primeira, acertando o ângulo direito. A cada jogada mais trabalhada, a torcida vietnamita aplaudia. Até mesmo o bate-bola dos jogadores brasileiros, no intervalo, foi aclamado pelo público. 

  Com a vantagem, o Atlético procurou administrar o resultado no segundo tempo. Logo a 1 minuto houve um contra-ataque rápido de Robert pela direita. O armador cruzou para Nílson, que acabou errando. Aos 8 minutos, em jogada semelhante, Wellington cruzou e Nílson, debaixo da trave, disputou a bola com o goleiro Fred Grim, mas perdeu a chance de ampliar o marcador. O Ajax criou duas boas oportunidades. A primeira aos 10 minutos, quando houve escanteio e Cláudio aliviou. A outra, aos 13, com Dean Gorre perdendo o gol frente a frente com Emerson.

ATLÉTICO: Emerson; Mancine, Sandro Barbosa, Cláudio (Neguete) e Ronildo; Gallo, Edgar, Robert (Nélio) e Lincoln (Bruno); Wellington e Nílson (Adriano). Técnico: Dario Pereyra.

AJAX: Grim; Vierklau, Mitchell Pique e Lanzaat; Splinter, Andrzej Rudy (Sibou), Witschge e Gorre; Kariu, Brutill e Peeterhsekstra. Técnico: Jan Woutres.

Gols: Nílson aos 33 minutos, Robert aos 36 minutos, Wellington aos 42 minutos.

Arbitragem: Nguyen Vanmui, auxiliado por Pham Chu Thien e Truong The Toan, todos vietnamitas.

Atlético 5 x 1 Seleção do Vietnã

  A seleção vietnamita abriu o marcador aos 25 minutos, com Dang Phuong Nam, aproveitando um cruzamento da direita. Pouco depois, Emerson defendeu um pênalti, cometido por Ronildo, e cobrado por Le Huynh Duc.

  A reação do Atlético teve início aos 34 minutos, com um gol de falta marcado por Robert. Os mineiros viraram o placar aos 37 minutos: Lincoln cobrou falta, o goleiro rebateu, Nílson cruzou e Gallo, de cabeça, fez 2 a 1. Após uma falha da defesa, Nílson, aos 45 minutos, ampliou o marcador. No segundo tempo, aos 16 minutos, Nílson marcou pela segunda vez. Mancine foi à linha de fundo e cruzou na medida para o atacante, que tocou de cabeça. Nílson fechou o placar e garantiu o título aos 26 minutos. 

  Um dos destaques do time na excursão, Nílson disse ter ficado satisfeito com seu desempenho no torneio. “Estou contente, principalmente por ter sido o artilheiro, mas todos me ajudaram, os companheiros e o treinador. Essas boas vitórias no exterior nos dão tranqüilidade e confiança para voltar ao Brasil e disputar as partidas restantes do Estadual." 
  
  Para o técnico Dario Pereyra, apesar do placar dilatado, o Atlético teve dificuldades na partida contra o Vietnã. “O adversário chegou a nos assustar no começo e a defesa do Emerson no pênalti foi fundamental para o time acertar. No segundo tempo, foi só administrar o cansaço. Agora é descansar bastante, pois ainda vamos buscar o Mineiro", comentou.

ATLÉTICO: Emerson; Mancine, Sandro Barbosa (Neguete), Cláudio e Ronildo (Galván); Gallo (Bruno), Edgar, Robert (Adriano) e Lincoln; Wellington (Nélio) e Nílson. Técnico: Dario Pereyra.

VIETNÃ: Tran Tien Anh (Tran Minh Quang); Do Van Khi, Mai Tien Dung, Pham Nhu Thuan e Dug Thang (Phi Hung); Hong Son, Trieu Quangha (Hun Dang), Viet Hoang e Le Hun Dang; Dang Phuong Nam e Le Huynh Duc. Técnico: Alfred Riel.

Gols: Dang Phuong Nam, aos 25 minutos, Robert, aos 34, Gallo, aos 37, e Nilson, aos 45 (primeiro tempo); Nilson, aos 16 e 21 minutos (segundo tempo).

Arbitragem: Tu Minh Dang, auxiliado por Truong The Toan e Nguyen Tuan Hung (todos do Vietnã).

Mancini e Wellington Amorim com o troféu de campeão

Os campeões: 

Goleiro: Emerson, Lateral direito: Mancini, Zagueiros: Sandro Barbosa e Cláudio Caçapa, Lateral esquerdo: Ronildo, Volantes: Gallo e Edgar, Meias: Robert e Lincoln, Atacantes: Wellington Amorim e Nílson, Treinador: Dario Pereyra 

Reservas que entraram na competição:

Zagueiros: Galván e Neguetti, Lateral direito: Bruno Heleno, Atacantes: Nélio e Adriano Chuva

O troféu exposto na Galeria de Troféus da Sede do Galo


*Imagem dos jogadores retirada do Blog Canto do Galo (Galopédia)

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