segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016



Carta para Robinho.

Caro Robinho,

Me chamo Paulo Azulay e nasci Atleticano lá em Belém do Pará no ano de 1980. É isso mesmo. Na época do maior assalto da história do Brasil. Enfim, resolvi te escrever estas mal traçadas linhas para te dar boas vindas ao Galo. Mas para isso preciso te contar umas coisas. Moro hoje em Teófilo Otoni no nordeste de Minas. Todo final de semana vou para uma cidade chamada Pavão e, no caminho, num povoado chamado Limeira que tem 1000 habitantes aproximadamente existe um bar daqueles característicos desses rincões que só as Minas Gerais tem. 
Então, nesse Buteco copo sujo, como chamamos por aqui, tem um símbolo do Galo pintado em uma de suas paredes. A parada do ônibus é em frente dele e, acredite você, seu nome estava na boca de alguns homens que estavam lá na rápida parada que fizemos. A maioria feliz e vibrando com sua chegada no alvinegro das alterosas e uma pequena parte com uma dor de Cotovelo. A proporção era a já costumeira, 4 para 1. Então, pensei e me questionei: será que o Robinho imagina que neste lugar que parece (só parece) esquecido por Deus tem gente eufórica por sua chegada?
Cara, eu te falo. Fui um dos que quis matar o Kalil por ter trazido o Ronaldinho. Sou sincero e admito que não o queria, mas confesso que estava entre os milhões que choraram com ele quando ele disse na época da doença de sua mãe: "esses caras me abraçaram e eu vou com eles até a morte". É isso, Robson (colocar nome completo). Quem honra a camisa que enverga varal e não cai nem na mais forte tempestade, vira ídolo eterno da torcida que mais alenta nesse país. Contra o vento, Riascos, CBF e seus classificadaços. Nós torcemos contra tudo e todos. A favor? só do Galo e de quem honra nossa segunda pele. 
Quer um conselho? Chegando na cidade do Galo pergunte ao Victor  o que é ser elevado ao status de Santo. Troca uma ideia com o Léo Silva e saiba porque ele fez a melhor escolha da vida. Chega no Dátolo e procura entender porque ele beija o escudo toda vez que faz gol e diz sentir como se estivesse beijando sua mãe ou abraçando seu pai. Sabe o Luan? Cê vai ficar de cara quando ele te explicar porque corre igual a um louco em TODO jogo e chorou lá em Tijuana. Resenha com seu parceiro Tardelli e você entenderá porque o cara acorda de madrugada na China pra assistir os jogos do Galo. Do R10 eu já te dei a dica. Aí, quando você estiver habituado em BH, numa folga faz aquele churrasco e convida O Rei, o Dadá, o Cerezo e o Marques. Velho, você entenderá porque vai querer "comer grama". 
Bem vindo pedalada. Milhoes estão sorrindo nesse momento, inclusive aquele carinha lá da Limeira que já-já estará com uma camisa com seu nome. 

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